terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mosquitos e plantas e biodiversidade

Foto: Julio


Brasil: uma em cada duas espécies de mosquitos e moscas da floresta Atlântica é nova

Cientistas estimam a existência de pelo menos mil novas espécies de insetos da fauna brasileira em florestas tropicais no país nunca antes vistos pela ciência, porém o avanço da monocultura ameaça a sobrevivência desses animais ainda desconhecidos.

Em cinco anos de investigação, um volume de 300 mil exemplares de insetos, entre moscas, mosquitos e besouros, foi recolhido por investigadores da Universidade de São Paulo (USP) em florestas tropicais do interior e do litoral do Brasil.

Dos milhares de insetos reunidos, os cientistas ficaram surpreendidos que uma em cada duas espécies de mosquitos e moscas da floresta Atlântica é nova.

Segundo o coordenador da investigação financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) através do Programa Biota - que investe em projetos sobre a biodiversidade da fauna brasileira - estima-se que existam duas mil espécies diferentes e pelo menos metade delas ainda não foram descritas pelos cientistas.

"Os números da biodiversidade da América do Sul e Central são muito grandes, comparáveis aos dos países do Sudeste Asiático que são áreas hiperdiversas", afirmou à Lusa o biólogo Dalton de Souza Amorim, especialista em diversidade de insectos pouco conhecidos que vivem em ambientes naturais longe dos centros urbanos.

Investigação foi feita desde Santa Catarina até Paraíba

A investigação científica que reuniu especialistas brasileiros e contou com parcerias de institutos internacionais norte-americanos, europeus e de países asiáticos, fez a colecta de insetos no bioma da floresta tropical do sul do Brasil até ao nordeste do país.

"O material foi colectado de Santa Catarina até a Paraíba, abordando uma ampla cobertura geográfica. O mais importante que descobrimos foi a existência de espécies muito diferentes no interior do Brasil em relação às do litoral", assegura o biólogo.

E neste sentido, Amorim defende a necessidade de criar áreas de reservas biológicas de florestas do interior do Brasil que, segundo diz, são "muito escassas".

Hoje, o avanço da monocultura que dizimou grande parte dessas florestas é motivo de preocupação dos biólogos que se afligem pela sobrevivência dessas espécies, principalmente as que habitam florestas do interior do país. Esta diversidade da fauna, destaca, está "extremamente ameaçada" pois são poucas as áreas protegidas.


Fonte: expresso das ilhas

Seeya

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